sábado, 17 de abril de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

Aplicações locais da Engenharia Genética - Madeira-Med


O Programa Madeira-Med é um programa de controlo da mosca do Mediterrâneo, Ceratitis capitata (Wied) na Região Autónoma da Madeira, através da utilização da Técnica do Insecto Esterilizado (“Sterile Insect Tecnique – SIT”).

A mosca do Mediterrâneo existe em cinco continentes e demonstra uma enorme adaptabilidade às diferentes condições climatéricas, atacando mais de 250 espécies frutícolas, incluindo as fruteiras temperadas, tropicais e subtropicais, constituindo a praga de frutos frescos mais importante em todo o mundo.

Na Madeira, a mosca da fruta ataca cerca de 50 espécies diferentes de fruteiras, tornando-se um factor limitante à sua produção.

Para o controlo desta praga, os agricultores recorrem à aplicação de grande quantidade de insecticidas, com resultados pouco satisfatórios e com elevados prejuízos para o ambiente e para a saúde pública.

O Programa Madeira-Med, através da técnica SIT tenta controlar os níveis populacionais de mosca da fruta, através da criação em massa de machos da mosca do Mediterrâneo, da sua posterior esterilização e das largadas por via aérea nas áreas a controlar.

A grande vantagem do Programa Madeira-Med é o facto de não se recorrer à utilização de insecticidas, com evidentes benefícios ecológicos e ecotoxicológicos.

Exemplos da acção dos genes - Cor dos olhos



A cor dos olhos é uma característica poligênica e é determinada pelo tipo e quantidade de pigmentos na íris do olho. Os humanos e os animais têm muitas variações fenotípicas na cor dos olho. Nos olhos humanos, essas variações de cores são atribuída a diversos rácios de eumelanina produzido por melanócitos na íris. O colorido brilhante dos olhos de muitas espécies de aves estão em grande parte determinados por outros pigmentos, como pteridinas, purinas, e carotenóides.

Três elementos principais dentro da íris contribuem para a sua cor: a melanina do epitélio pigmentar da íris, a melanina dentro do estroma da íris e a densidade celular do estroma da íris. Nos olhos de todas as cores, o epitélio pigmentar da íris contém o pigmento preto, chamado de eumelanina. As variações de cor entre os diferentes tipos de íris são normalmente atribuídos à melanina que existe dentro do estroma da íris. A densidade de células dentro do estroma afecta quanto de luz é absorvida pelos pigmentos subjacentes do epitélio.

Engenharia Genética e as suas pesquisas


Apesar da grande evolução da genética nos últimos vinte anos, ainda existe muito para pesquisar, nomeadamente uma pesquisa mais aprofundada sobre o genoma humano e os genomas de vegetais e animais significativos.


A expansão e diminuição dos custos dos processos para as descobertas e os acessos para a informação da compreensão genética tornaram-se uma realidade. Uma imensa quantidade de sequências de nucleótidos já foi divulgada na Internet e verificada pelos mais diferentes institutos de pesquisas. Actualmente o maior desafio é elucidar as funções das redes complexas de interacção das proteínas, é conhecer e entender o proteoma dos organismos.


A Engenharia Genética tornou-se valiosa nas pesquisas sobre proteínas, onde se pode utilizar técnicas que permitam:


* A perda de função da proteína, através da exclusão ou bloqueio do gene respectivo desta proteína. Geralmente um gene apenas, do genoma de um organismo, é bloqueado de cada vez. E preferencialmente este tipo de experiência é feita em organismos simples, unicelulares, onde é mais fácil analisar o fenótipo. Se o organismo com o gene inactivado apresentar alguma característica fora do comum, esta será associada à proteína em estudo. Desta forma é possível determinar e analisar defeitos causados por mutação em proteínas. E pode ser considerado útil porque não causa danos em genes além do que está sendo estudado. Esta técnica é, normalmente, utilizada na determinação da função de uma proteína.


* A localização celular e identificação de interacções duma proteína desejada. Uma forma de fazer isso é substituir um gene selvagem por um gene de fusão, que é o próprio gene teste fundido com um gene repórter, como o da proteína verde fluorescente (GFP) por exemplo. Assim a visualização desta proteína de fusão é facilitada, uma vez que a coloração verde fluorescente permite localizar a proteína em estudo.


Esta técnica é útil, mas a fusão pode alterar algumas funções do gene teste pela criação de efeitos colaterais, tornando assim questionáveis os resultados da experiência. Técnicas mais sofisticadas permitem a visualização de proteínas com alteração mínima das suas funções.